BARROCO FLAMENGO
A região sul dos Países Baixos, chamada Flandres na época, e mais tarde Bélgica, permaneceu católica depois da Reforma, o que deu aos artistas grande incentivo para produzir pinturas religiosas. A história da pintura barroca flamenga é na verdade a história de Sir Peter Paul Rubens (1577-1640).
Rubens teve uma vida sofisticada, que o levou às cortes da Europa como pintor e como diplomata. Era um pintor mais europeu que regional, que trabalhou para os governantes de Itália, França, Espanha e Inglaterra, além de Flandres. Seu estilo sintetiza os estilos e os conceitos do sul e do norte. Rubens tinha uma formação clássica e era sociável, bonito, vigoroso e viajado. Falava fluentemente seis idiomas e tinha uma energia inextinguível. Alguém que visitou seu estúdio relata que viu o mestre pintando enquanto ouvia uma leitura de Ovídio em latim, mantinha uma conversação culta e ditava uma carta - tudo ao mesmo tempo. Um mecenas disse que "Rubens tem tantos talentos que seu conhecimento de pintura pode ser considerado o menor deles ". Produziu mais de dois mil quadros , tanto quanto Picasso. Vivia sobrecarregado de encomendas, que o tornaram rico . Seu estúdio foi comparado a uma fábrica, onde Rubens fazia pequenos esboços em cores, em óleo, ou delineava uma obra em tamanho definitivo, que seus assistentes pintavam (foi assim que van Dyck começou) e ele dava os toques finais.
Rubens é mais conhecido por seus nus cheios, sensuais. Teve dois casamentos felizes. Ambas correspondiam ao ideal de beleza feminina que ele pintou tantas vezes; carnudas, rechonchudas, sorridentes, com cabelos dourados e pele luminosa. Qualquer que fôsse o tema, suas composições eram sempre baseadas em figuras humanas volumosas , arredondadas, geralmente em movimento. Enquanto a maioria de pintores, filiados ao estilo clássico, trabalhava a partir de modelos em gesso ou de esculturas antigas, Rubens preferia os modelos vivos.
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