SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE,QUE ME INQUIETA,QUE ME INSERE NA BUSCA,NÃO APRENDO NEM ENSINO.
(Paulo Freire)

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DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

CONSCIÊNCIA NEGRA, CONSCIÊNCIA DEVERIA TER COR?

PROFESSORA: Joicenir Sovernigo Lopes.

“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro...”

Gilberto Freyre, Casa Grande e

Senzala

Iguatemi – MS

ANO: 2010

PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA: CONSCIÊNCIA DEVERIA TER COR?

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:

Tema: Consciência deveria ter cor?

Tempo de execução: um mês – novembro de 2010.

Culminância: Dia 20 de novembro – dia nacional da consciência negra.

Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo Artes e Produções Interativas.

1.1. BLOCO TEMÁTICO:

História, Cultura e Diversidade: Quais as coisas que fazem parte da nossa

cultura que adquirimos por influência africana?

Ser humano, Direitos humanos e Igualdade: Como o negro é visto dentro da nossa sociedade?

Educação, ética e etnia: Valorização e respeito da nossa própria identidade.

1.2. CONTEÚDO FOCO:

O conteúdo foco é a educação voltada para consciência da importância do negro para a constituição e identidade da nação brasileira e principalmente, do respeito à diversidade humana e a abominação do racismo e do preconceito, desenvolvido por meio de um processo educativo do debate, do entorno, buscando nas nossas próprias raízes a herança biológica e/ou cultural trazida pela influência africana. Inicialmente, será conduzido pela simples observação de fotos de revistas sobre algumas coisas que fazem parte da cultura africana (comidas, danças, vestimentas, etc.); estabelecendo a seguir um vínculo entre as curiosidades que surgirem dos alunos sobre o tema e a instigação provocada pelo professor no intuito de ir avançando no conhecimento sobre o assunto.

1.3. PÚBLICO A QUE SE DESTINA:

Este projeto se destina a todo corpo discente do ensino fundamental e médio.

2. PROBLEMA:

Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afro-descendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro.

No campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas do ponto de vista ético, propiciando condições desde a mais tenra idade, para que os alunos e alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e formar a nação brasileira, pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência, diante disso, quais as situações que temos possibilidades de mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para viabilizar a conscientização das pessoas?

3. JUSTIFICATIVA:

Comemorar o 20 de novembro – Dia da Consciência negra, dedicando o mês de novembro, para debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade. Com este trabalho espero que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.

4. OBJETIVOS:

• Valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;

• Entender e valorizar a identidade da criança negra;

• Redescobrir a cultura negra, embranquecida pelo tempo;

• Desmistificar o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;

• Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos.

5. DESENVOLVIMENTO:

O desenvolvimento do projeto estará em consonância com os blocos temáticos citados e será feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo o problema e a proposta de conteúdo para a classe. O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações e leituras. Para tanto vamos utilizar:

• Livro:“Menina bonita do laço de fita” de Maria Helena Machado, Ed. Ática, 2007;

• Livro: “Declaração Universal dos direitos humanos” – adaptação Ruth Rocha e Otávio Roth, 2003;

• Estudo de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos;

• Exibição de vídeo (clipes): ”Missa dos quilombos” – música de Milton Nascimento;

• Promover reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade que tratam sobre o tema;

• Audição, análise e ilustração da música de Milton Nascimento “Uakti – lágrimas do sul”;

• Ilustrações dos trabalhos de Candido Portinari – “Menina com tranças e laços” fazendo uma analogia com o livro “Menina bonita do laço de fita” e “cabeça de negro”.

• Estar em contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada;

• Produção em artes com sucatas;

• Assistir e participar de uma apresentação de capoeira .

Atividades:

Hora da história: leitura e análise de alguns artigos do livro “Declaração Universal dos Direitos Humanos” e “Menina bonita do laço de fita”;

• Estudos de música, fazendo releituras e transformando-os em ilustrações pedagógicas para uma amostra cultural;

• Confeccionar cartazes – recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da diversidade étnica brasileira e a cultura do negro;

•Danças afro-brasileira, teatro (preconceito) fantoche (história da consciência negra);

• Concurso da “Beleza Negra MAP” (desfile das meninas e meninos negros da escola).

6. FECHAMENTO DO PROJETO:

6.1. RESULTADOS ESPERADOS:

• Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre temas relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;

• Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;

• Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos sobre outras culturas. No final, sempre com a orientação do professor, os alunos deverão organizar os conhecimentos que adquiriram, fazendo registros de suas atividades, com desenhos,esquemas, confecções e etc. E durante essas atividades várias atitudes e valores éticos e humanos podem ser trabalhados para a consolidação do conteúdo foco. Montaremos uma exposição com os materiais coletados e produzidos pelas crianças em conjunto com o professor para que sejam apresentados no Dia Nacional da Consciência Negra.

7. AVALIAÇÃO:

A avaliação acontecerá em qualquer momento do processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente criando novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem-se suas potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com as peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança negra precisa se ver como negra e aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos que confirmem essa expectativa.O projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana, tudo como deve ser, sem constrangimentos nem equívocos. Portanto, este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não acabada e estará sujeito a mudanças de acordo com o cotidiano em sala de aula.

9. REFERÊNCIAS PARA DESENVOLVIMENTO DO TEMA :

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico– Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.

MACHADO. Maria Helena. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.

Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005.

ROCHA. Ruth. ROTH. Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo- SP, 2004. @

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